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Mostrando postagens de julho, 2016

Lágrimas...

     Samyutta Nikaya XV.3 Assu Sutta Lágrimas Em Savatthi. “Bhikkhus, esse samsara não possui um início que possa ser descoberto. Um ponto inicial não é discernido para os seres que seguem vagando e perambulando, obstruídos pela ignorância e aprisionados pelo desejo. O que vocês pensam, bhikkhus: O que é maior, as lágrimas que vocês derramaram transmigrando e perambulando por este longo, longo tempo - chorando e derramando lágrimas por estarem unidos ao que é desagradável, separados do que é agradável - ou a água contida nos quatro grandes oceanos?" "A maneira pela qual entendemos o Dhamma, que nos ensinou o Abençoado, isto é maior: as lágrimas que derramamos transmigrando e perambulando por este longo, longo tempo - chorando e derramando lágrimas por estarmos unidos ao que é desagradável, separados do que é agradável - não a água contida nos quatro grandes oceanos." "Excelente, bhikkhus. Excelente. É excelente que vocês entendam o Dhamma que eu ensi

Fotos de monges dhutangha no século XIX

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Aqui estão algumas raras fotos de monges theravada praticando o estilo thudong. Estas fotos foram tiradas no Sri Lanka por volta do ano 1900 ou até mesmo um pouco antes. Note que os monges carregavam apenas os itens mais essenciais, como uma barraca para dias de chuva, um balde de água e algumas outras coisas necessárias.  Essas são algumas fotos de monges montando suas cabanas e preparando um local para ficar. Naqueles tempos não haviam kutis suficientes nos monastérios. Como já foi dito, essas fotos são raras e mostram bem o ambiente que grandes mestres como Ajahn Mun, Ajahn Maha Bua e Ajahn Chah viviam.  A prática ascética é dura, mas funciona - estes monges estavam literalmente a mercê dos elementos e como dormiam no chão, estavam expostos a vários perigos, e ainda assim, davam o máximo de si.  Creio que devemos seguir este exemplo e abrir mão dos nossos confortos pelo menos de vez em quando. 

O que fazer quando se quebra um preceito?

Hoje é a lua cheia do mês de Julho,  uma importante data no Budismo, quando se comemora o Asalha Puja, o dia em que o Buda proferiu o seu primeiro discurso. Neste dia, Budistas do mundo todo intensificam suas práticas e os leigos adotam os oito preceitos. Mas e se um preceito for quebrado, não só nesses dia mas como em qualquer outro? O que fazer? A resposta é bem simples, primeiro vejamos o que dizem o Sakhadhamma Sutta e o Ambalatthikarahulovada Sutta: "Então um discípulo tem plena convicção naquele mestre. Ele pensa: 'Meu mestre tem uma doutrina e entendimento assim: De muitas formas o Abençoado critica e censura matar seres vivos, e ele diz: 'Abstenham-se de matar seres vivos.' Agora, eu matei seres vivos. Isso não foi apropriado; isso não foi bom. Mas embora eu me arrependa disso, essa minha ação ruim não pode ser desfeita.' Tendo refletido dessa forma, ele abandona matar seres vivos e se abstém de matar seres vivos no futuro. Assim ocorre o abando

O ódio jamais o levará a algo benéfico

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Quem abriga pensamentos de hostilidade como: Ele me maltratou, ele me golpeou, ele me derrotou, ele me roubou, - para aqueles que abrigam pensamentos como esses a raiva nunca será apaziguada. Dhammapada 3 Pois neste mundo a raiva nunca é apaziguada com outras ações enraivecidas, Ela é apaziguada pela não-raiva, essa é uma lei imutável e atemporal. Dhammapada 5 Conflito e violência, são fatos da vida causados por desejo e apego. Então, desejar acabar com conflitos, mesmo sendo nobre, não é algo do qual se terá sucesso O que podemos controlar totalmente é a forma como lidamos com os conflitos. Quando somos atacados, é natural querer revidar, mas o Buda nos impele a ir além desta simples vingança. Se revidarmos os ataques dos outros, juntamo-nos a eles criando ainda mais kamma negativo, ou seja, estamos simplesmente adicionando combustível para o fogo, e pondo em perigo todos, incluindo nós mesmos. O Buda nos aconselha que não é sangue o que esta situação pede; é

Breve reflexão sobre anatta

Parem por um momento, observem a si mesmos e procurem o Eu. Onde ele está? Como se parece? Conseguem achá-lo?  Procurem direito e verão que esse Eu é apenas uma ilusão, que como tudo no universo, somos apenas um amontoado de fenômenos vazios surgindo e desaparecendo sem parar. Não há nenhum Eu, nenhuma alma, nenhum agente que controle e experimente isso, tudo é anatta. Essas coisas estão diante dos nossos olhos, mas as pessoas não percebem porque estão cegas e iludidas. Muitas pessoas que eu conheço têm o ego tão grande que sequer concebem o universo existindo sem elas.  Para essas e outras, sugiro uma reflexão sobre estes belos versos do Visuddhimagga . Nenhum agente das ações é encontrado, ninguém que colha os frutos; fenômenos vazios prosseguem: isto apenas é a visão correta. E enquanto as ações e seus resultados seguem sempre de novo, tudo condicionando, não se encontra um princípio, como com a semente e a árvore. Nenhum deus, nenhum Brahma, pode se