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Mostrando postagens de agosto, 2015

As outras religiões e o Budismo

Vale a pena a leitura deste exclarecedor texto.  Autor:  Arya Dharmananda, P. Arcebispo Arya Dharmananda, Eu acompanho seu blog há um bom tempo e, apesar de não ser budista (sou cristão), admiro muito seu estilo direto, claro e lógico. Não sei onde podem achar um ponto menos correto em suas exposições do ponto de vista budista. O senhor sempre demonstra tudo com muita clareza, com bases e inclusive, demonstra um profundo conhecimento de outras religiões.Eu mesmo já aprendi muito da minha própria religião lendo seu blog e já recomendei a outros cristãos como eu que o lessem. Minha pergunta ao sr. é a seguinte: Como se dá a relação de respeito entre budistas e outras religiões, como a cristã, sem cair nas misturas e no ecumenismo barato que o sr. condena (e eu concordo plenamente)? Desde já agradeço! R. Prezado sr. XXX, Agradeço seu gentil e-mail. O sábio Nagarjuna, em seu "Tratado da Grande Sabedoria/大智度論" diz que toda palavra verdadeira, aind

Criar méritos

Nas várias escolas budistas, muito se fala de criar méritos, cultivar méritos, acumular méritos... Enfim, engajar-se em ações meritórias. Mas o que isso quer dizer? O Buda explicava: "Esta é outra maneira de se falar sobre o que é venturoso, bem-quisto, deleitoso, admirável e belo: ações meritórias" (Iti 22). O que é e para quê serve?  A expressão "Ação Meritória", puṇya em sânscrito e puñña em pali, pode ser traduzida como "aquilo que é bom, justo, agradável, auspicioso, benéfico, puro, apropriado". Em chinês, Gōng dé (功德), pode ser lido também como "ação virtuosa e poder auspicioso". Assim, quando falamos de "mérito" nos referimos a uma energia positiva e saudável, que é gerada mesmo nas mais pequenas ações e intenções benfazejas. Essa boa energia ampara a prática espiritual, nutre nossas virtudes e qualidades, e impulsiona na realização de todas nossas aspirações. O Buda compara os méritos com parentes que nos amparam

Arahants, Bodhisattas, e Budas

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 Autor: Bhikkhu Bodhi I. Ideais Budistas Concorrentes O ideal do arahant e o ideal do bodhisatta são muitas vezes considerados os respectivos ideais orientadores do Budismo Theravada e do Budismo Mahayana. Esta hipótese não é totalmente correta, pois a tradição Theravada absorveu o ideal do bodhisatta em seu quadro e portanto, reconhece a validade de ambos objetos de aspiração: um arahant e um Buda. Por isso seria mais correto dizer que o ideal do arahant e o ideal do bodhisatta são os ideais orientadores do Budismo Original e do Budismo Mahayana. Por "Budismo Original" não quero dizer a mesma coisa que o Budismo Theravada que existe nos países do sul da Ásia. Refiro-me ao tipo de Budismo consubstanciado nos Nikayas do Budismo Theravada e nos textos correspondentes de outras escolas do Budismo Indiano que não sobreviveram à destruição geral do Budismo na Índia. É importante reconhecer que esses ideais, nas formas que chegaram até nós, são originários de dif

A receita do sucesso para sua igreja

Autor: Arya Dharmananda  link do texto:   Budismo Aristocrático Se você quer uma igreja cheia e rica, use essa receita: a) Prometa "mudanças de vida" para a melhor. Para isso, faça com que os fiéis enxerguem suas vidas antes de entrarem na igreja como uma desgraça e que testemunhem isso o tempo todo. Tudo mudou depois que elas passaram a frequentar às reuniões, cultos, assembleias, rituais etc.  Mesmo os aspectos positivos da vida antes de entrar na igreja devem ser mostrados como sujos, errados ou como uma "felicidade incompleta". b) Prometa benefícios palpáveis. Dinheiro, saúde, sorte, lucros, ser querido, bem sucedido em tudo etc. Nada de realizações interiores. Excite a imaginação deles falando sobre pessoas extremamente ricas, felizes, saudáveis e sobre milagres retumbantes acontecidos dentro da igreja. Fulano devia e estava "no fundo do poço", beltrano era um bêbado, sicrana estava solteirona... Todos eles resolveram seus problema

Os três crivos

Um ensinamento  que é perfeitamente útil não só para que os budistas reflitam sobre a prática da fala correta, mas também para qualquer outra pessoa. Esta passagem é atribuída a Sócrates, mas não consegui confirmar a autoria. De qualquer forma, são sábias palavras. Certa vez, um homem esbaforido achegou-se ao grande filósofo e sussurrou-lhe aos ouvidos: - Escuta, Sócrates... Na condição de teu amigo, tenho alguma coisa muito grave para dizer-te, em particular... - Espera!... -ajuntou o sábio prudente. Já passaste o que vais me dizer pelos três crivos? - Três crivos? -perguntou o visitante espantado. - Sim, meu caro amigo, três crivos. Observemos se tua confidência passou por eles. O primeiro é o crivo da verdade. Guardas absoluta certeza, quanto àquilo que pretendes comunicar? - Bem, - ponderou o interlocutor, - assegurar mesmo, não posso...Mas ouvi dizer e ...então... - Exato. Decerto peneiraste o assunto pelo segundo crivo, o da bondade. Ainda que não seja real o qu