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Mostrando postagens de maio, 2015

Dhammapada capítulo 1 Yamakavagga - Versos gêmeos

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clique para ampliar Os primeiros dois versos do Dhammapada revelam um importante conceito do Budismo. Enquanto a maioria das religiões sustentam, como uma parte importante de seus dogmas que o mundo foi criado por um ser sobrenatural chamado "Deus", o Budismo ensina que tudo que experienciamos (o "mundo" e também o "eu") é criado pelo pensamento, ou o processo cognitivo de percepções e conceitos originados dos sentidos. Isso também prova que as pessoas que escrevem sobre o Budismo estão erradas em afirmar que o Buda não falava nada sobre o surgimento do mundo. No Rohitassa Sutta do Samyutta Nikaya, o Buda afirma claramente que é exatamente nesta carcaça com uma braça de comprimento, dotada de percepção e mente, que é encontrado o mundo, a origem do mundo, a cessação do mundo e o caminho que conduz à cessação do mundo. A palavra mano é comumente traduzida como "mente". Mas o Buda adota o ponto de vista do fenomenalismo na controvérsia ment

O Buda gordinho

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É muito comum entre as pessoas de fora do Budismo acharem que o Buda Gotama era um gordo sorridente. Mas de onde é que essa ideia foi tirada? Eu mesmo ao longo da vida me deparei com inúmeras referências do Buda como este simpático gordinho risonho, principalmente de costas para a porta de residências, sentado sobre alguma quantia de dinheiro com o intuito de atrair dinheiro para as pessoas da casa.   A verdade é que Gotama comia uma vez por dia, jejuava e andava pra caramba, portanto,  não era gordo,  não devia também viver por ai distribuindo sorrisos e nem tem o poder de dar dinheiro para ninguém. Tudo não passa de uma grande confusão.  O tal Buda gordo era originalmente a representação de um dos Setes Deuses Chineses da Sorte, Hotei.  Ele sempre está rindo, de bom humor e está associado a uma vida feliz, de satisfação e contentamento.  Quando o Budismo chegou na China, aproximadamente no século I DC, havia um amontoado de deuses que eram venerados pela população, o Budismo

Como montar um altar budista

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É possível montar um altar budista em sua casa sem gastar muito e usando itens simples e fáceis de obter.  Este video feito pelo Reverendo Dharmananda mostra o passo a passo da montagem e explica o simbolismo dos objetos empregados no altar.  Lembre-se, não use o altar como objeto de decoração e não o profane. Budismo é coisa séria.  O meu ficou assim, simples e belo. Tudo feito com itens que eu já tinha em casa. Na falta de uma estátua do Buda, imprimi uma imagem e a emoldurei. 

Dicas para iniciantes no Budismo

Se você está iniciando sua busca pelo Budismo agora ou há pouco tempo, aí vão alguns conselhos para não cair em armadilhas. 1- Busque ler os sutras. Inicie sua leitura pelos Nikayas (coleção mais antiga de sutras em língua Páli). Esses textos podem ser achados em português ( Acesso ao Insight) . Eles são divididos em “Digha Nikaya” (coleção de discursos longos), “Majjhima Nikaya” (coleção de discursos médios), “Samyutta Nikaya” (coleção de discursos conectados) e “Khuddaka Nikaya” (coleção de discursos menores). Lá você encontrará os ensinamentos fundamentais do Budismo como as Quatro Nobres Verdades, os Doze Elos da Co-Originação Interdependente e a moralidade budista básica. Também poderá aprender as técnicas mais elementares de meditação. 2- Não confunda o Budismo Antigo com a Escola “Theravada” (que foi fundada no século IV da Era Cristã). São duas coisas completamente diferentes. 3- Leia também o “Dhammapada” (também encontrado no site Acesso ao Insight), que são l

Introdução básica ao Budismo

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O budismo surgiu há cerca de 2600 anos em uma região na fronteira entre a Índia e o Nepal, e foi fundado por um príncipe do clã guerreiro dos Shakyas chamado Siddhartha Gautama. Siddhartha sempre teve uma personalidade questionadora e uma mente inquieta, não se contentava com a visão de mundo imposta pelos sábios da época. Já aos nove anos de idade ele teve sua primeira experiência de meditação profunda, quando meditou sozinho por horas e horas. Contudo, o caminho para  a vida nobre não viria assim tão facilmente para ele. Siddhartha meditando aos nove anos Seu pai, o rei Suddhodana queria que Sidartha herdasse o trono e se tornasse um grande rei, conquistador de terras e de povos, temendo que o filho seguisse a vida ascética, moveu mundos e fundos para que Siddhartha vivesse isolado,  imerso em prazeres e em atividades da corte, além de providenciar seu casamento. Casou-se aos dezesseis anos com uma bela moça chamada Yashodh

Estudo aprofundado sobre o Kamma Parte 7 - Conclusões

O valor prático dos ensinamentos de kamma pode ser resumido da seguinte forma: Estabelece o entendimento de que as ações e os seus resultados estão sujeitos à causa e efeito, ao invés de encantos ditosos e objetos auspiciosos. Demonstra que o êxito de qualquer aspiração depende das ações, encorajando a confiança em si mesmo e a diligência. Desenvolve um senso de responsabilidade – em relação a si mesmo ao abandonar ações ruins e em relação aos outros ao agir com bondade. Promove o entendimento de que todas as pessoas possuem o mesmo direito natural, de se deixarem degenerar ou de melhorarem e se desenvolverem. Mostra que as qualidades mentais, habilidades e comportamento são os elementos para se avaliar a ignobilidade ou nobreza das pessoas e que a discriminação com base na casta ou raça são desnecessárias e prejudiciais. Mostra como aprender com o kamma passado (ações passadas), considerando as ações com base na razão, ao invés de simplesmente culpar os outros ou situaç

Estudo aprofundado sobre o Kamma Parte 6 - Mal-entendidos da lei de Kamma

Quem provoca a felicidade e o sofrimento? De acordo com as palavras do Buda, “Através da ignorância, as ações corporais...ações verbais...ações mentais...são criadas, com o consentimento próprio...através de influências externas...com conhecimento...sem conhecimento.” Existem também circunstâncias em que o Buda refutava, tanto a teoria de que toda felicidade e sofrimento são provocados pelo eu (conhecida como attakaravada) como a de que toda felicidade e sofrimento são provocados por forças externas (conhecida como arakaravada). Isso destaca a necessidade de ver kamma em sua relação com o fluxo completo de causa e efeito. O grau de qualquer intervenção, quer seja própria ou de fatores externos, deve ser considerado em relação a esse processo. De outro modo surgirá o mal-entendido corriqueiro de que todos os eventos são causados pelas ações pessoais, excluindo todo o restante. O que precisa ser compreendido é a diferença entre kamma no contexto das leis da natureza e kamma no c